quarta-feira, 29 de abril de 2020


Artigo



CONSIDERAÇÕES DIFUSAS SOBRE UMA REVELAÇÃO
                                                         ©José Roberto de Oliveira


”... O momento da "confissão"...
Sinto a solidão da alma e exaustão física... Minha energia tem se desfeito, mas minha mente lembra-me de perseverar na fé, mesmo que minhas orações mais pareçam um discurso decorado...”


Todas as situações fáticas são consequentes e nunca distanciadas do nosso ser (eu)...de decisões produzidas em algum momento histórico de nossas vidas e que podem ter sido influenciadas pelo nosso DNA ou ainda, pela absorção inconsciente de modelos de práxis ou inércia do(s) ator(es) circunvizinho(s), em um tempo “X” qualquer influenciável em nossa vida, mormente nas duas primeiras etapas da vida humana.

Se uma situação fática qualquer acontece em nossa vida, fruto de nossa decisão, falta de atenção ou por falta de decisão ou decisão inadequada, teremos, sim, o direito de arrependimento, de sermos perdoados, compreendidos, etc. Entretanto, as consequências dos nossos atos, além de insculpirem nossa biografia diária da vida, estarão nela presentes para serem usufruídas ou administradas, muitas vezes, até ao fim da nossa existência. Em alguns casos mais específicos, extremados...dão o fim a essa existência, infelizmente.

Voltar à origem (uma regressão...terapia de acesso ao subconsciente segundo os Analistas) pode oportunizar, pela identificação da causa, o ponto nodal e, a partir daí, criar um fortalecimento na base emocional para percorrer novos direcionamentos, que não propicie decisões fragilizadas que, via de consequência, vão sobrecarregar nosso existencial, por fatos tangíveis-materiais, principalmente.

Perseverar na fé, concomitantemente com a busca do diálogo constante com o Criador. Expresse-se longe das articulações verbais decoradas, onde, ainda que a temática seja constante que, pelo menos a lamúria tenha tom, palavras, calma ou desespero diferentes. Exercite assim e sentirá cada vez mais perto de você, um Confidente: o Grande Arquiteto do Universo. Essa intimidade com a Divindade só lhe fará bem e com certeza preencherá muitos vazios existenciais. É uma questão de experimentar!

Não há egoísmo em preocuparmo-nos...ocuparmo-nos com a problemática que nos consome, mesmo em momento de nefasta pandemia que assola a nossa cidade, o nosso país e o mundo. A problemática global, em seus diversos segmentos, nada mais é do que o somatório deletério, na maioria das vezes, das problemáticas isoladas, não declaradas publicamente e com os mesmos apelidos de origem que nos acometem. Dores na e da sociedade que se alternam e oscilam, são fatos rotineiros mundo afora.

Estamos sempre à procura de espaços/lugares para serem só nossos. É legítima e natural tal busca. Entretanto, em algumas circunstâncias é uma situação dúbia entre o sonhado/desejado e a situação fática resultante de ato formatado in concreto num “ante momento” qualquer.

Fato é que, um novo status civil (seja formal ou informal) que porventura nos submetermos, naturalmente leva-nos a achar, a conceber, que o local de residência física primária...anterior, como não sendo mais pertencente ao nosso psicológico: não sendo mesmo nosso mais e, via de regra, em situação normal, nunca mais o será. É o espaço dos pais! Há mais de dois milênios, está sacramentado e presente na maior parte dos povos de cultura ocidental. Corrobora essa assertiva, a hodierna cobrança de aluguel, por parte dos pais, dos filhos solteiros que, após completarem 24 anos de idades e que por qualquer razão desejam continuar sob o mesmo teto paterno.

Evocando também a  vivência da racionalidade, pois que  nessa temática, na situação plural nova, se desenhou, o deslinde da quaestio perpassa pela reflexão/resolução entre os atores envolvidos, o que, em tese, pode-se chegar à melhor equação possível, sob todos os aspectos desejantes, individuais – que não se perde - mais principalmente a prumada socioafetiva, que , repito, passou a ser plural.

O ambiente, o espaço físico de vivência anterior, na maioria esmagadora dos casos o retorno não será sugestão de primeira escolha, pois não será jamais como dantes. O individual que ali habitava, tornou-se plural. Por isso novos sonhos, novos voos, novas experiências de privacidade, novo ordenamento habitacional sem conflitos do conceito do que era, com o que passou a ser ou a acontecer, mesmo que na realidade plural ocorra a idiossincrasia da prevalência do caminhar individual...a dois.

Como a vida é um palco que não nos permite ensaio, estejamos, portanto, sempre com atenção racional aos novos e próximos atos que podem reproduzir fatos que serão “eternos em quanto durem”, caracterizando, marcando nossa passagem terrena, de preferência produzindo fatos de significação evolutiva nos principais sentidos da vida, enchendo os espaços de solidão de alma, pela alegria no coração. Ocupar-se com novos sonhos...para termos oportunidade de racionalizar novos atos, cumulada com a perseverança na fé, acredito serem os melhores indicativos à nossa insaciável existência.
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