terça-feira, 7 de maio de 2019

Artigo

UMA CONTEXTUALIZAÇÃO DA SEMANA CHAMADA SANTA 


   UM FATO REAL 

                                                                                                                                                    ©José Roberto de Oliveira


Esta semana chamada Santa oportuniza reflexões sobre o evento que sempre tem vários aspectos aplicáveis ao contexto cotidiano da vida de cada um, mormente dos cristãos.


De grande significado para o antigo povo hebreu e todos os demais povos que viviam naquelas terras áridas e semiáridas, era a possibilidade de cavar e/ou usufruir de um poço, em meio a tanta sequidão vista... presente, o que poderia repercutir na vida, não só momentânea, na sua sobrevivência e até mesmo na das futuras gerações daqueles povos.


Se trouxermos esse cenário para o momento presente e aplicarmos sua essência aos nossos relacionamentos amorosos hodiernos, perceberemos que juntos cavamos nosso poço de vida ou de sobrevivência, como queiram. Em dado momento até parece ou verdadeiramente é, que um cavou mais do que o outro, mas o fato é que cavamos...brotou água cristalina, transparente, onde até o que não era, tinha imagem de ser... ou passa a existir... O Poço Encantado! Assim deve ou deveria ser o poço dos amantes: cheio de encantos.


Mas parece que, quanto mais “facilidades e liberdades extras formais”, machos e fêmeas têm, mais os desertos estão se agigantando ou retornando ao seu status quo ante de carência e, estão levando a evaporar a água do Poço que, por ser cristalina , já quase possibilita ver o fundo do mesmo e, pior, fundo do poço da relação afetiva-amorosa sem qualquer encanto, sem qualquer perspectiva, isso por que a água ainda não é turva, dá pra se ver alguma coisa. Por enquanto, nesse estágio, só o grande perigo do esvaziamento.


A percepção que tenho nesta semana chamada Santa é de que é complicado amantes olharem para uma mesma água, mesmo límpida, fonte de continuação de vida a dois, mas com animus diferentes! Não se confunde aqui, o respeito a individualidade.


Vi ou penso que vi pelo espelho d'água do nosso imaginário Poço, a antiga "mania " ou "necessidade" de defender-se não sei de que, se do antes, se do agora ou se do futuro a emergir com a secagem da água do Poço dantes abençoado, que cavamos para dele nos suster e sermos felizes com as várias imagens encantadas que pudéssemos dar sentido real à nossa vida...a dois....a nossa vida de Amor. Eis a lamúria narrada por um amigo, a qual transformei em um texto, digamos assim, meio poético!


Posso estar enganado, mas há uma sensação, mesmo disfarçada, de que atender contatos, pedidos, etc., um ao outro, é um compromisso, quando deveria ser um prazer de ambos, é uma perda de tempo que passa, e o pior: há falta de água pura e doce(assunto) para compartilhar entre os casais. Esta é uma outra lamúria narrada, dessa feita, pela companheira desse amigo, a qual não consegui transformar em um texto, digamos assim, meio poético!

Voltando aqui à Semana Santa... na Sexta-feira, reverenciamos a morte do nosso Jesus, o Cristo. No Sábado, "malhamos" o que material e humanamente identificamos e culpamos: Judas. No domingo, enfim: Páscoa!, Eis o retorno da esperança pelo ressuscitar do Mestre que a tudo e a todos os engajados às hostes malignas, venceu triunfalmente, inclusive a morte e o escárnio da morte de cruz, que lhe foi imposta ao arrepio flagrante das leis romanas vigentes à época, para a situação em espécie.


Eis uma sinopse de uma história de sofrimento, sim, mas de grande e retumbante vitória, ressurreição...salvação. Que os “Judas” do desânimo, do não compartilhamento, do stress que se alega ou verdadeiro, da impaciência, da intolerância, da exclusão inconsiderada, banalizada, a falta de amor, do não cultivar o amor, da insensibilidade muitas vezes encoberta pela falta de atenção de um simples e rotineiro esquecimento do outro e das coisas de interesse do outro, a frieza identificada e confortavelmente assumida como normal, o não interesse pelo outro, cauterizado que foi pelo comparativo com outras experiências relacionais pretéritas, fruto do “jeito moderno do relacionamento aberto”, oficialmente ou não, assumido e, tantas outras mazelas e picuinhas... inomináveis... que “estes Judas” não "crucifiquem" o que é puro e salvador entre os que declaram e genuinamente sentem o mais lindo e significativo sentimento humano: O AMOR.


Aos que declaram sentir amor e não são autênticos, sempre será uma "Sexta-Feira Santa”, cumulado com um Sábado tenebrosamente Escuro. Não haverá Domingo de Páscoa...habitarão sempre o Seol, a “região dos mortos”, como em hebraico, originariamente é retratado.


Este texto, pode levar-nos a refletir os vários aspectos já passados, os presentes ou que ainda surgirão em nossos relacionamentos, postados que poderão ser no nosso “Blog ou Instagram Relacional” e que muitas vezes apresentam-se com alguns retoques ilusórios que nos fazem reféns, uma vida toda de descontinuidade, vazio e sofrimento amoroso.


Resolvi não me influenciar pelo que posso antever que não esteja no coração ou nas virtudes do amor, mas, sim ressaltar que invariavelmente o amor produz seus frutos...sempre do bem...perceptíveis, inclusive por terceiros que convivemos diariamente.


Por acatar e respeitar os entendimentos dos vários estudos científicos abalizados sobre orientação para a condução do relacionamento, tive...tenho medo das impulsividades, as vezes quase insanas, mesmo sem violência aparente, mas que nunca nos deixam. Tais impulsividades, ganham sempre novo contorno, por quem as pratica, mas que, normalmente é fruto da experiencia deletéria... rotineira adquirida...sempre exercida, mesmo que camufladamente, como se tudo estivesse normal intramuros. Para situações assim, a ajuda profissional na
área competente, é a recomendação e deve ser procurada pela pessoa ou mesmo pelo casal.


Pena que a atenuante ou resolução via Discussão da Relação, as intituladas “DR” não são exercitadas ou fogem do nível desejável...o chamado diálogo que pode se tornar como um “bendito divã”. Jesus ouvia e ouve a todos. Qualquer que seja o nosso destino advindo desse diálogo não se furte de falar ou deixar a pessoa amada falar. Pelo menos, ouvir qualquer tipo de assunto da sua parceira ou seu parceiro, pode ser caminho que resulte em esperança de Salvação e a alegria da Salvação, como nos ensina na Bíblia Sagrada sobre Jesus Cristo, filho de Deus, que é: AMOR.


Apesar de nossas "dores", consequentes de nossos embates relacionais já travados, fiquemos esfuziantes diante da pessoa amada, com lágrima nos olhos, mas de alegria...pelo Milagre do Amor... que é benigno,” que tudo sofre...tudo espera”...
Eis a porta para a Ressurreição do Relacionamento! O seu... o nosso Domingo de Páscoa!
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